06/11/2010
18/10/2010
25/09/2010
12/09/2010
26/08/2010
26/07/2010
0.6
Hoje estou no pico seis. Seis picos explorados a quatro asas.
Achei o voo solitário pela primeira vez solitário. Hoje arrisquei na certeza de que voar é sempre a melhor opção. Encontrei companhia em todas as direções. Não varias, mas uma.
Tem dias que bato uma asa só, uma batida, um ritmo, uma sintonia – PERFEITA. Sou feliz por sentir o risco bater no rosto. O risco que anda desenhando lindas flores e borboletas azuis. Faz carinho e cafuné. Tem cheiro, aroma e gosto de orvalho...
Apaixono-me todos os dias... Por cada descoberta... Cada sentido, cada pedacinho de vida voando em quatro batidas de asas... Juntas!
Fabiane Rivero Kalil
22/07/2010
SÓ DE SACANAGEM
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!
12/07/2010
18/06/2010
Nó
Quando você reconhece o primeiro olhar no seu
Quando você reconhece um sentimento em si
Quando você reconhece um cheiro no ar
Quando você sente os movimentos
Quando você sente no peito
Quando você arde na pele
Quando você anda junto
Quando você tenta
Quando você transforma
Quando você chora
Quando você sorri...
Nem sempre tudo lhe cabe por entre as mãos
Nem tudo que é dito é compreendido
Nem tudo que é sentido é lido
Nem tudo que sou em você é visível
A arte de viver em dois
A arte de mudar de estado
Líquido, sólido, gasoso...
Mas nunca deixar de ser água
Nunca deixar de ser transparente
Nunca deixar de regar
Nunca deixar de crescer e se juntar...
Amar é uma arte de querer compreender o outro
O outro que não é você
O tempo passa a ser mais profundo...
E nem toda profundidade entra luz...
Apaixonar-se é muito bom por não haver profundidade
Você vive o melhor da pessoa sem pagar contas
Sem precisar entrar a fundo e dividir as partes
Amar tem raízes, tem força...
E a profundidade do outro pode ser escura
Não ver faz com que você se perca no outro
E se o interruptor não for achado
A luz não é acesa...
E a profundidade passa...
E o amor morre sem ser compreendido...
E a Fenix azul volta a ser cinzas...
Meu interruptor fica logo a esquerda...
Achou?
Sempre escolha
Sempre vida!
Doce pássaro azul que vive e morre dentro de mim...
Fabiane Rivero Kalil
11/06/2010
10/06/2010
Vida riscada
O risco foi riscado e a vida traçada. Simples assim, como uma reta. Como avistar o horizonte. Como saber exatamente onde o sol nasce e que no céu a noite há estrelas.
Simples como a vida. Simples como escolher a opção correta. Claro como o dia.
Doce ironia da escuridão. Tapa olho que não nos permite avistar o outro lado.
Os caminhos da vida são formados por caixas de charadas colocadas em lugares estratégicos. O que parece certo nem sempre é a escolha certa e o que é certo nem sempre é uma escolha fácil. Complicado é uma invenção humana.
Limitações definem e qualificam o ser humano. Diferenças? Essas são enganações que uns colocam nos outros para poderem quantificar a capacidade e por sua vez, dar o poder ilusório de superioridade.
Homens melhores que Homens. Interessante!
E viva a ganância arrogante, rotulada e modulada, na verdade feita por um mortal para escravizar idéias de outros mortais, que não concordam com essas verdades molduradas e convenientes aos donos dos poderes ilusórios de superioridade.
E jogue a primeira pedra senhores poderosos! E viva o ser humano! E viva os Homens que acham que são super Homens! E viva as verdades inventadas... Alienadas nas limitações.
Prepotência nojenta de poder autorizado pelo medo. Infelizmente, existe a morte, cruel realidade, destinada à todos os poderosos, fracassados, rotulados e não rotulados.
Mas mesmo a morte mostrando as limitações e a igualdade todos os dias, ainda assim, os poderosos e donos da verdade continuam nascendo, alimentando a ilusão da superioridade humana...
Fabiane Rivero Kalil
09/06/2010
26/04/2010
16/02/2010
29/01/2010
You Are Rare And...
Sais-te do anonimato
Olhei-te! E vi... Digo... Senti...
Logo peguei meu mundo de papel
E fiz um lindo barco azul...
Nele comecei a navegar histórias
Escritas em linhas tortas
Formadas de dois lemes...
A jornada no hoje que explora o amanhã
Guiado pelos sentidos
Dos ventos que sopram vida
Das gotas que misturam as linhas
Do leme faz sair faísca.
Chuva de papel marche
Metamorfose de tempo
Eternizado a cada momento
Em pitadas de... Nós mesmos
Em todos os caminhos
Que nos levam a viver...
Fabiane Rivero Kalil