02/04/2008




Infinito


Especialmente em dias frios, em colchões vazios e quartos em silêncio, o encontro com os pensamentos se tornam sólidos.

Encontrei entre bailarinas e óperas; lágrimas e sorrisos; ricos e mendigos, os sentimentos encobertos na diferença, nos intervalos do oito ou oitenta...

Estou crescendo e aprendendo não só nos erros... estou sonhando e vivendo no equilíbrio, na balança do possível...

Acreditar no impossível aos olhos e sentir o coração andar...

Movimentos sem formas, cheio de riscos que ainda não se ligaram, não foram terminados nem preenchidos com cores.

A me colorir estão... estou colorindo também! As vezes o preto sobrecarrega as linhas que se perdem no borrão.... Mas quando o lápis muda de posição e põe leveza na escuridão, os traços se contrastam e a vida dança entre sorrisos e improvisos.

Mudei-me daqui, estou ali. Quando não tenho mais espaço, reformo o espaço, crio tempo com ar. Crio planos, bolas, círculos, ovos, asas, braços, pernas, pés... mãos! As vezes deparo-me com minhas oito cabeças, meus oito pés, dezesseis mãos... e faço! Pego o caminho nas costa, enfileiro os pés e ando sobre as mãos. As vezes a cabeça fica e o corpo respira. Às vezes a cabeça vai e eu fico sem ar...
Só entendo de uma coisa... do meu coração que adora o mar. Nele encontra balanço e oito mundos... o infinito em todos os lados... oito para baixo, oito para cima, oito para os lados... e sempre em todos os sentidos encontro...


Fabiane Rivero Kalil