25/02/2008




Ilusões do Amanhã


Príncipe Poeta (Alexandre Lemos - APAE)


Por que eu vivo procurando um motivo de viver,

Se a vida às vezes parece de mim esquecer?

Procuro em todas, mas todas não são você.

Eu quero apenas viver, se não for para mim, que seja pra você.

Mas às vezes você parece me ignorar,

Sem nem ao menos me olhar,

Me machucando pra valer.

Atrás dos meus sonhos eu vou correr.

Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.

Se a vida dá presente pra cada um, o meu, cadê?

Será que esse mundo tem jeito?

Esse mundo cheio de preconceito.

Quando estou só, preso na minha solidão,

Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,

Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.

Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.

Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.

Para carregar junto ao peito,

E crer que esse mundo ainda tem jeito.

E como príncipe sonhador...

Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.




MENSAGEM TRANSCRITA DA ORIGINAL:
PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)
Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional..
Excepcional é a sua sensibilidade!
Ele tem 28 anos, com idade mental de 15.


20/02/2008



O que será que me dá?
O que será que me dá quando n vejo o desejo dos seus olhos?
Sinto-me um pedaço de chão, cheia de sabão.


Revelo meus segredos - aqueles que raramente lembro e calo minhas verdades. Verdades mudas que se escondem no silêncio...


Só consegue ouvir a alma àqueles que mantêm a calma!
Não por assim dizer, que meu mundo de bolhas reflete em meu chão que só começou... inicialmente a ser lavado.

Começo, que mesmo sem perguntas urgentes, eu insisto em responder. Sem os gestos minimizados de pressa olhando para os lados, para o tempo, para dentro. Que as bolhas flutuem e reflitam as cores, aromas, músicas que procuro ser...

Passos largos seriam um desastre. Tombo certo nessa imensidão alagada. Cautela e passos pequenos fazem da descoberta algo plausível. Limpar o chão onde se passa e deixar um rastro de pureza e clareza. Passar longe das certezas que procuramos encontrar no meio de tanta gente, alguma água, vários sonhos. Não despedir-se do mal que se tem, deixa-o ir embora com o movimento, pelo ralo, olhe e guarde-o na lembrança para que, assim...exista a limpeza.

Descobrir, limpar, firmar... pés firmes em solo seco e conhecido, respirar paz e segurança em momentos estáticos... mas sempre o movimento se faz necessário, assim novos tombos, novas descobertas, novos passos se farão presentes. Um pouco mais do desconhecido... A eterna dúvida e descoberta que fazem a vida valer a pena!

O cruzar dos olhos que espanta o medo. O medo do novo, de novo. Mas não haverá medo capaz de apagar a luz e a força que se fazem presentes a cada olhar. E melhor seria se a cada olhar eu descobrisse os desejos e neles desvendasse devaneios. Colorir meu mundo de bolha, antes de finalmente me libertar. Cores pintam a liberdade em cativeiro, para que meus olhos não tenham medo quando forem livres de fato. Para que meus pensamentos não se torturem entre eles, convivendo de forma doentia e delicada. Longe do antigo e perto do presente. Inesperado, incompreensível. Porém sem farsa de existir. Completo e complexo em bolha, em cor, em leveza.

Flutuar “arromantiza”! O perfume completa os sentidos e nada levará embora a quietude do chão e das vidas que me cruzam.

Carolina Balladas e Fabiane Rivero Kalil