11/09/2008

Parte 8

Ufa! Isso que eu chamo de uma provisão divina. E agora? Meu quarto está cheio de caixas. Caixas que só vão sair do meio do caminho se eu tirar. Elas, infelizmente, não têm vontade própria.

Espero que eu não morra com nenhum passado encaixotado. Desenterrar lembranças nem sempre são agradáveis...

Interessante! Uma carta rosa dentro de uma caixa rosa. Acho que é um sinal de início (risos)...



“As palavras tentam escapar
Não falar de ordem
Não vou colocar-me em ordem

Entre teu carinho e a minha canção
É só amor!
Enfeitei meu mundo
Fiz carnaval no meu coração
Para que o meu silêncio não te incomode...
SILENCIANDO” (L.)


Nada mal para um bom começo. Fala de ordem, de amor e de silêncio. Tudo que eu preciso nesse momento. Silêncio eu já tenho. Ordem? Talvez leve um tempo. Amor? Achei um pouco dentro dessa caixa.

Lembro-me dessa carta. Lembro-me de palavras sinceras e profundas, mesmo que tenham saído mudas... Para um bom entendedor um olhar basta.

As pessoas perderam o habito de olhar. Elas olham, mas nada vêem. Elas olham, mas não interpretam, não conseguem passar das máscaras construídas e forjadas por espelhos que nada refletem. O brilho foi ofuscado dos olhares, das palavras. O tempo rouba o que mais amamos em alguém, sabe aquele brilho que nos apaixona e encanta?

O tempo nos torna cegos e coloca a rotina no lugar do encanto.

Sabe aquele caminho que você faz todos os dias? Aquela rotina que cega? Tudo fica fosco, sem vida. Capaz de o carro chegar sozinho até o trabalho e do trabalho para casa, assim como os cavalos fazem quando acostumam com um trajeto. Já tentou fazê-los virar? Olhar para o lado?

Quando tomamos distância, voltamos a enxergar o que estávamos impossibilitados de ver. E isso nada mais é que a retomada do primeiro reflexo. A sensação do primeiro impacto, sentimento, visão, cheiro, o que fazem das lembranças algo especial. Tanto de lugares, quanto de pessoas. Tudo têm um reflexo em particular, que os tornam peculiares e interessantes...

Que cheiro é esse? Minhas mãos estão perfumadas. Deve ser... Sim! Carta perfumada. Que interessante, faz tanto tempo que essa carta está aqui, que não faço a mínima idéia como esse cheiro ainda existe. Que cheiro delicioso!

O silêncio no quarto foi interrompido por um longo suspiro.



Até a próxima!

Fabiane Rivero Kalil

6 comentários:

Anônimo disse...

ê... fico lendo suas histórias e não saio do meu "quarto"... beijos! Juki

Anônimo disse...

cada dia melhor! Fico tenso quando n escreve! PORRA! rsrsrsrs

Tattoo

Tata disse...

como assim "até a próxima"?
quero mais...
tá irresistível!
beijo

Anônimo disse...

cADÊ!!!?????????????
Eu e o Flipo estamos esperando esperando esperannnnnnnndo....
Ele até tentou teclar, mas só fez besteira.. tirei ele rapidinho do computador.. agora, vê se pode!!???

Não vai mais postar!?
humpf!
beijooooo.. meu o do Flipo!

Anônimo disse...

Antes vc escrevia todo dia, agora....
Não demora não!!!
Soninha

Mariana Waldow disse...

fabi cronikas
afe
menina mulher
como pode tão suave e tão profunda?
suavidade poética

teu nome artístico é cronikas mesmo.
rivero é bonito, mas é menos...legenda da tua linha...
bom...
eu vou te ler ao invés do jornal.